sábado, 8 de dezembro de 2007

Jaguar XJ6 2.7 D V6 Executive


Há modelos que nunca deveriam perder as linhas da imagem que possuem, de tão carismáticas que são. A Jaguar deve ter pensado algo idêntico quando idealizou o restyling do XJ que acaba de apresentar. E ainda bem, porque o modelo britânico continua a cativar olhares por onde passa. Desde os mais velhos, a alguns mais novos. Ir ao volante de um Jaguar XJ é sinónimo de ser muitas vezes observado. E a distinção continua a ser uma mais valia para esta nova geração, que não mudou muito. O pára-choques dianteiro está mais volumoso com entradas de ar mais proeminentes a oferecerem-lhe um aspecto mais desportivo. Mantêm-se os faróis cristalinos, que são bi-xénon e de série, neste XJ, e contam ainda com regulação automática.

Os piscas laterais abandonaram o guarda-lamas dianteiro, onde agora existem umas guelras com a inscrição "Jaguar" em cromado. Os indicadores de mudança de direcção passaram então para os retrovisores, como "exige" a moda actualmente. O pára-choques traseiro também é novo, tal como o spoiler existente nesta secção, mas aqui as alterações são ainda mais de detalhe. Existem novas jantes (estas, de série, são de 19 polegadas) e cores de carroçaria, mas com tão poucas mexidas na estética, manteve-se toda a essência. Para o interior, a Jaguar remodelou os bancos para melhorar o conforto. O aquecimento é de série, mas a ventilação para refrescar o corpo é um opcional (980 euros), que esta unidade disponibiliza. As costas dos bancos dianteiros foram remodeladas para que, segundo a marca, quem viaja atrás tenha mais espaço para as pernas e pés.

Se no comprimento para as pernas as nossas medições não revelaram qualquer ganho, a arrumação dos pés parece ter sido beneficiada. E tal justifica-se plenamente, já que este é um automóvel no qual grande parte das vezes é utilizado como veículo de representação. Atrás viaja-se com muito conforto e pode levar três passageiros, mas os bancos traseiros mostram um desenho a privilegiar viagens a dois. Até porque desta forma temos a possibilidade de baixar o apoio de braços central e comandar o sistema de áudio premium (1960 euros) que este XJ possui. Nestes lugares também podemos regular o ar condicionado, os bancos são confortáveis e a suavidade de rolamento é elevada, tal e qual como o XJ era, mesmo com estas jantes de 19 polegadas.

Lá à frente, no lugar do condutor, o panorama também se manteve inalterado. Vamos bem sentados e existem inúmeras regulações eléctricas (de série). Até os pedais são regulados da mesma forma ainda que apenas verticalmente. Assim, a posição de condução resulta bem. O painel de instrumentos é de fácil leitura mas emana um design demasiado conservador, o mesmo se passa com as aplicações a imitar madeira, que são de gosto discutível. Para quem, de facto, não aprecia estas, existem umas em alumínio. O motor é o mesmo que o Autohoje ensaiou há cerca de dois anos, o 2.7 Diesel bi-turbo com 207 cv. A caixa de velocidades também permanece a automática de seis velocidades da ZF, que casa de forma exemplar com este bloco de seis cilindros. A suavidade de funcionamento impera, mas a também não nos deixa em lista de espera quando é chamada a reagir com mais rapidez. Existe um botão "S" que deixa o processo de reacção ao pé direito mais lesta, o que de facto acontece. Mas nota-se que a linearidade e a delicadeza com que tudo é processado foi a principal preocupação dos engenheiros da Jaguar. A forma como o Jaguar processa o piso também é harmoniosa, sempre com delicadeza ainda que aqui e ali existam umas oscilações dispensáveis. Em estrada de bom piso, o XJ parece flutuar, a direcção é leve e a precisão não é, muitas vezes, a ideal. Mas a estabilidade é boa.