quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Citroën C8 2.2HDi 2009

Lançada em 2002, a última encarnação do C8 já acusava o peso da idade e da pressão de uma concorrência que não dorme em serviço. Consciente deste fenómeno e revigorada pelo sucesso comercial da gama C4 Picasso e Grand Picasso, a Citroën lavou a cara ao C8 e, mais importante, aumentou o leque de ofertas com uma versão 2.2, bi-turbodiesel, de 170 cv. As alterações de ordem estética são tão superficiais que a maioria dos observadores não consegue esconder o cepticismo quando falamos num "novo" C8. Na prática, os elementos distintivos resumem-se à maior dimensão dos "chevrons" (atrás e à frente), a uma grelha ligeiramente diferente, à adopção de farolins translúcidos e, talvez o mais evidente dos retoques, aplicações cromadas que cobrem os puxadores das portas e um “friso” nas protecções da carroçaria.

Se, exteriormente, é difícil distinguir o "novo" C8, no habitáculo é preciso um olhar clínico para descortinar a presença de novos elementos cromados, da pintura "aborrachada" que passou a cobrir alguns comandos ou da decoração em preto, cor que passou a dominar o interior. Bastante mais evidentes são as alterações trazidas pelo 2.2 HDI com filtro de partículas. Desde o arranque, é notória a ausência de vibrações e uma cuidada insonorização, especialmente quando atingida a temperatura ideal de funcionamento. Disponível quase desde o ralenti, o HDI bi-turbo impulsiona com um vigor inusitado os mais de 1800 Kg. A Citroën anuncia uma velocidade máxima de 200 Km/h, cifra que não nos parece optimista dada a voracidade demonstrada pela agulha do velocímetro. As retomas de velocidade são outro exercício que a Citroën efectua com uma agilidade desconcertante.

Qualquer pressão no acelerador obtém uma resposta pronta do 2.2 HDI, sem qualquer atraso ou compasso de espera. Para adaptar o monovolume gaulês às solicitações de uma motorização bem mais performante, a Citroën modificou a taragem dos amortecedores traseiros e espessura da barra estabilizadora. Assim, o comportamento continua a primar pela facilidade de condução e o conforto nunca é posto em causa, mas, tanto num caso como outro, o C8 já acusa o peso da idade não estando ao nível dos melhores da classe. O mesmo se passa com a ergonomia interior e com a posição de condução, dois itens que já mereciam uma revisão… mais profunda. O que continua em alta é a relação preço/equipamento, especialmente nesta versão Exclusive. É verdade que os 52 143 euros da unidade ensaiada pesam no orçamento de qualquer um, mas este valor já inclui elementos como os estofos em pele, o triplo tecto de abrir eléctrico ou um sistema de navegação com um disco interno de 30 Gb.