sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Citroën Berlingo Combi 1.6 HDI 2008

Derivado da versão comercial, o Berlingo Combi surge como uma proposta de monovolume que tira grande partido do seu espaço interior que apresenta uma versatilidade maximizada. A abundância de espaços de arrumações comprova isso mesmo e qualquer objecto é facilmente acondicionado. Merecem especial destaque os generosos compartimentos sobre o tablier e a volumosa consola central colocada entre os bancos dianteiros, que pode ser removida na integra em caso de necessidade. Todos os bancos da fila traseira podem ser retirados individualmente, não se revelando muito pesados quando removidos. Além de aumentar a polivalência do habitáculo, também permite que a bagageira passe de 625 litros de capacidade para os 3000 litros (do plano de carga ao tejadilho). A instrumentação é de fácil leitura e os vários comandos estão bem colocados. A posição de condução é alta e possui o volante numa posição algo horizontal, mas compensa esse facto com o bom ajuste em altura e profundidade. Os bancos, por seu turno, regulam a inclinação do encosto de uma forma pouco ergonómica, já que o ajuste é feito num eixo algo elevado, o que acaba por afectar o condutor na zona dos rins.

A unidade deste ensaio encontra-se muito bem equipada, tanto de série como com alguns opcionais, merecendo destaque as jantes de liga leve de 16 polegadas (330 euros), controlo de estabilidade (450 euros) e sistema auxiliar de estacionamento (300 euros), entre outros. Assim, o valor deste Berlingo passa de 24 450 euros para 25 880 euros, valor bastante competitivo para um modelo bem equipado, espaçoso e munido de um motor que encaixa como uma luva.

Em termos de prestações, a capacidade de resposta do 1.6 HDI é muito boa, pois mesmo a baixos regimes demonstra estar sempre disponível aos pedidos de quem vai ao volante. Por outro lado, e nos dias que correm, mais importante são os consumos que consegue. Uma média ponderada de 6,6 litros a cada 100 quilómetros percorridos é um excelente valor, que ganha ainda mais importância se verificarmos que em cidade esta unidade consome qualquer coisa como 7,3 litros, o que é uma dado a salientar. Por outro lado, esta motorização só se mostra algo ruidosa nas rotações mais elevadas, o que é natural. Não é pelo motor que a insonorização sai penalizada, mas sim pelo ruído de rolamento, algo evidente no interior. O conforto em estrada é bom, a suspensão exibe uma boa eficácia, mas nos pisos degradados o eixo semi-rígido “herdado” da versão comercial não faz milagres e as rodas traseiras mostram-se algo “saltitonas”. Em cidade, a direcção leve e também a boa visibilidade tornam a circulação nas zonas mais complexas numa brincadeira de meninos. No fundo, caso consiga “soltar-se” da imagem do Berlingo comercial, este Combi tem tudo para dar resposta às necessidades de muitos. Basta ver os seus excelentes números de consumos, potência, mala, equipamento e, claro, preço final. A razão está mesmo do lado dele.