sábado, 4 de agosto de 2007

Dodge Caliber 2.0 CRD SXT

Falar de um Dodge é falar de um modelo norte-americano que preenche o nosso imaginário com lembranças de um certo Charger da série «Os três duques», com um motor V8 a gasolina, roncando potência. São imagens de um certo «american way» repleto de grandes carros com grandes motores, que na realidade nunca singraram na velha Europa em termos de vendas. Hoje a situação nada tem a ver com essa realidade do passado e as marcas americanas apostam no mercado europeu, cedendo às suas exigências. O caso do Caliber é um bom exemplo de um modelo que foi criado tendo em vista o mercado europeu, mas nem por isso perdeu o seu carácter norte-americano. Tudo começa pelo exterior, onde uma frente de grandes dimensões impõe a sua presença, sendo ladeada por umas enormes cavas das rodas que transmitem uma imagem de robustez. Comparando este fruto dos estiradores americanos com o que se vê do mesmo segmento a rodar na estrada, então estamos perante um dos argumentos do Caliber: a diferença das suas linhas que quase parecem as de um SUV.

Montado com materiais que deixam algo a desejar, o habitáculo deste Dodge é espaçoso e só se lamenta que os bancos sejam demasiado esponjosos. A posição de condução tem um grande contra que é o facto de não ser fácil de regular. O volante só ajusta em altura, mas o pior são os plásticos que estão por baixo da coluna de direcção, responsáveis por complicar a obtenção de um bom compromisso entre o banco e os pedais pois dificilmente o condutor não bate lá com os joelhos. O mais provável é ficar-se com as pernas muito esticadas face aos pedais. Muito confortável na forma como suprime os pisos mais degradados, o Caliber faz jus ao seu gene americano revelando uma suspensão suave à qual se juntam uns pneus de perfil 60 que ainda ajudam mais a filtrar as vibrações no habitáculo. Se a estrada se torna mais sinuosa, então as suspeitas confirmam-se e o gene americano está mesmo lá. A suspensão não evita o adorno da carroçaria e a direcção peca por não ser nem muito directa, nem muito precisa. O resultado é uma frente que teima em fugir e à qual se junta um controlo de estabilidade muito sensível que acaba por piorar as reacções do Caliber. Apesar de tudo este Dodge cumpre, mas sem ser brilhante na classe. Com um preço base de 29 500 euros a unidade ensaiada possuia pintura metalizada e está equipada com o Pack Hi-Fi que inclui o volante em pele com comandos do auto-rádio, sistema de som Boston e a Music Power Gate que não é mais do que duas colunas escamoteáveis na tampa da mala. Tudo isto aumentou o preço para 30 550 euros, o que mesmo assim, é um valor competitivo, pois a Dodge propõe o Caliber com motor Diesel 2.0 TDI do Grupo Volkswagen ao mesmo preço que outras marcas apresentam propostas com unidades de 1,6 litros.

Nenhum comentário: