sábado, 11 de agosto de 2007

Subaru B9 Tribeca H6 Limited 7L

O olhar atónito do portageiro deixava adivinhar o que lhe ia no pensamento: «que carro será este e, mais importante ainda, pagará classe 1 ou 2?» A primeira tentativa de adivinhar a origem, com um rotundo «é um Porsche», foi infrutífera. Mesmo quando esclarecido sobre a proveniência do Tribeca, a perplexidade nunca lhe abandonou a expressão facial e rematou a conversa com a afirmação: «Subaru só conhecia os Impreza e aquelas carrinhas mais altas», referindo-se à Forester. Depois de paga a portagem (o Tribeca ainda não foi devidamente medido pela Brisa pelo que, enquanto esta situação persistir, continuará a pagar Classe 1), fica a certeza de que este episódio se repetirá no futuro. Fruto do motor 3.0 a gasolina e do preço de 69 000 euros (nesta versão Limited de 7 lugares), o Tribeca será uma presença tão rara nas nossas estradas que o factor «surpresa» está sempre garantido. Números à parte, e goste-se ou não da estética do SUV japonês, ninguém fica indiferente à sua passagem e, ao contrário de outras propostas igualmente arrojadas no exterior, o habitáculo segue a mesma receita.

Com um aspecto muito futurista e recheado de gadgets, o interior do Tribeca só peca pela pouca qualidade dos revestimentos do tablier e pela ausência de itens de conforto tão simples como os sensores de chuva e luz ou o espelho interior com anti-encadeamento automático. Do ponto de vista prático, as críticas vão quase por inteiro para o acesso à terceira fila de bancos. O rebatimento (60:40) dos bancos da fila intermédia não é muito amplo e a elevada altura ao solo obriga a uma boa dose de ginástica. Uma vez sentados, a reduzida distância que vai do piso ao assento obriga a viajar com os joelhos levantados, mas os bancos são confortáveis e a possibilidade de colocar os pés sob o banco da frente facilita o transporte, ainda que momentâneo, de dois adultos. A possibilidade de regular longitudinalmente os bancos da fila do meio também permite «jogar» com o espaço atrás ou na mala. Já que falámos em «bagagens», a capacidade reservada às mesmas pode variar entre os 128 litros com os sete lugares montados e os 450 litros, se optar por rebater os dois lugares «extra».

Arrefecer os ânimos
Ao volante, o entusiasmo face aos 245 cv do Tribeca rapidamente se desvanecem. O som característico do seis cilindros boxer começa por aquecer os ânimos, mas a falta de alma do 3.0 em baixos regimes e uma caixa automática pouco cooperante prejudicam o desembaraço, em estrada e fora dela. A possibilidade de seleccionar manualmente cada uma das cinco relações também não ajuda, já que, em última análise, a decisão final cabe sempre… à gestão electrónica da caixa. A direcção de tacto artificial e o «rolamento» da carroçaria retiram precisão ao comportamento, ainda que a tendência subviradora seja compreensível numa proposta de cariz familiar. Especialmente porque, na outra face da moeda, temos um conforto verdadeiramente referencial. Fora de estrada, o Subaru é limitado pela escolha de pneus (estradistas) e pela ausência de redutoras ou bloqueios manuais de diferenciais, bastando um «simples» cruzamento de eixos para deitar por terra as pretensões «off-road» do Tribeca.

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