sábado, 4 de agosto de 2007

Saab 9-5 Sedan Aero 2.3 TS

Esta versão do renovado Saab 9-5 tem um conjunto de interessados muito limitado, num país obcecado pelos motores a gasóleo. Com 260 cv (mais dez cavalos que até agora) oferece uma das melhores relações preço/potência do segmento. O problema é que o Aero 2.3 TS não tem um motor Diesel, mas tem um turbocompressor, por isso os seus consumos só são comedidos quando se anda devagar, demasiado devagar para as suas capacidades. A outra face da moeda são prestações de alto nível. Os 250 Km/h de velocidade máxima, limitada electronicamente, são uma mera formalidade. Os 6,5 segundos que registou nas nossas medições entre os 0 e os 100 Km/h são um «crono» de meter respeito a muitos desportivos. Coisa que o Aero, de todo, não pretende ser.

Apesar das alterações feitas na suspensão, com mais dez por cento de amortecimento e molas oito por cento mais duras no eixo da frente, tudo no sentido de a tornar mais controlada, os engenheiros suecos não perderam de vista o conforto. De facto, tal como o seu antecessor, também esta versão de topo oferece um nível de indiferença para com os maus pisos que surpreende, tendo em conta que a suspensão é dez milímetros mais baixa que nas outras versões e que monta pneus largos e baixos, 235/45 R17. Mas isso acontece em claro detrimento da precisão dinâmica. Em estradas sinuosas, a frente oscila para cima e para baixo ao sabor da maré das acelerações e travagens ou das bossas e depressões da estrada. Quando se insiste, a subviragem surge de forma terminal, pouco antes de o controlo de estabilidade «cortar» o motor. Da suspensão traseira não se espere grande colaboração, de tão «agarrada» que está ao chão. Enfim, este não é o «habitat« natural do 9-5. Ele prefere as auto-estradas, onde o único problema é a caixa de apenas cinco relações que se mostra longa, nas relações mais baixas, e curta, nas mais altas. Os bancos continuam a ter o conforto típico da marca, mas o apertado espaço a bordo, a ultrapassada ergonomia e o limitado ajuste do banco e do volante mostram que, apesar da nova cara, que estreia o futuro ar de família dos próximos modelos da marca, este 9-5, «refrescado» pela segunda vez, está a precisar do seu mandato revogado.

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