sábado, 4 de agosto de 2007

Fiat Panda 4X4 1.3 Multijet 16v Climbing

Até agora, o Panda 4x4 só podia contar, para as suas aventuras fora do asfalto, com o motor a gasolina de 1,2 litros com 60cv. O ânimo deste motor de oito válvulas concedia-lhe boa disponibilidade em baixo regime e capacitava-o a ultrapassar facilmente obstáculos menores. Impunha, no entanto, um embaraço enorme: os consumos. Em auto-estrada, e a uma velocidade de cruzeiro «em cima» do limite legal, o pequeno Panda não se continha em atingir nove litros de dispêndio, um apetite exagerado e idêntico ao revelado em percurso citadino.

Agora, para além de um ânimo reforçado, a variante 1.3 Multijet do Panda 4x4 permite aliar às «escapadelas» de fim-de-semana uma convencional utilização diária, já que, sem ser um paradigma de poupança, não choca pela sede revelada. Em cidade, é fácil rondar uma média de sete litros e em auto-estrada as cifras situam-se sempre abaixo deste valor. Perante a passividade do 1.2, a unidade Diesel mostra uma agilidade um pouco superior. É sempre mais moderado do que a versão 1.3 Mjet de duas rodas motrizes, mas face à variante a gasolina 4x4 retira um segundo nos «clássicos» 0 aos 100 Km/h. Este fôlego extra não disfarça, ainda assim, uma excessiva passividade, especialmente em auto-estrada, onde não se revela o melhor parceiro de viagem, quer pelos ruídos aerodinâmicos, quer pela baixa velocidade de cruzeiro permitida.

O nível de conforto é um trunfo irrefutável. Os bancos são muito confortáveis, envolventes e, à imagem de toda a gama, as suspensões conseguem filtrar de forma convicta a maioria dos obstáculos, sendo que até por percursos acidentados o bom nível raramente sai beliscado. Pela cidade, a facilidade de condução mantém-se elevada, ainda que nesta unidade, que também padecia de uma vibração anormal na paragem do motor, o comando da caixa se tenha mostrado impreciso, obrigando por vezes a repetir o movimento para engrenar a relação desejada. A direcção é ligeiramente mais pesada, mas a preciosa função City repõe a leveza. Chegando à terra, o Panda conta com um eficiente sistema de tracção integral que lhe garante uma boa desenvoltura em qualquer piso. Este sistema é composto por diferenciais (dianteiro e traseiro) com um acoplamento central viscoso, e se em condições «normais» 98 por cento da potência é dirigida para o eixo dianteiro, à mínima perda de motricidade a força é «instantaneamente» transferida para as rodas traseiras. O maior binário desta variante a gasóleo permite enfrentar obstáculos de forma mais convicta, avançando com determinação por caminhos que jipes «a sério» pensariam duas vezes antes de avançar. É que o escasso peso, as contidas dimensões e os bons ângulos (24º de ataque, 42º de saída e 24º de ângulo ventral) concedem-lhe o estatuto de óptima «escola de TT», tal a agilidade. Claro que qualquer obstáculo que coloque uma roda no ar revela-se um forte entrave ao Panda, dada a total ausência de bloqueios, redutoras ou controlo de tracção.

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