Cerca de quatro anos após o seu lançamento, o Peugeot 607 recebe um novo motor Diesel de seis cilindros com 2.7 de cilindrada a debitar 204 cavalos. Um coração nobre, digno do representante máximo da marca do leão e que vem acoplado a uma caixa automática de seis relações do tipo Tiptronic. Muita suavidade no trabalhar é a primeira boa impressão que este V6 mostra assim que se roda a chave. Colocamos a alavanca das mudanças em «D» e o início da marcha processa-se de igual forma: com muita suavidade. As passagens de caixa seguem o mesmo princípio de conforto, com a transição entre cada mudança a ser efectuada de forma quase imperceptível. Mas tal não é sinónimo de lentidão na progressão deste 607. A rapidez com que sobe de regime e de velocidade está bem disfarçada pela delicadeza de todo o processo. Os 8,8 segundos conseguidos por nós no arranque dos zero aos 100 km/h demonstram bem a facilidade com que os 204 cavalos lançam os mais de 1700 quilos de peso deste leão. Mas, daqui para a frente, a progressão continua a bom ritmo, não sendo, por isso, de estranhar a facilidade com que se conseguem velocidades de cruzeiro elevadas. A escolha da relação certa no momento certo é sempre feita com a suavidade imposta em todas as «manobras», mas tudo dentro da melhor relação suavidade/rapidez. Se colocarmos a caixa no modo Sport a reacção às ordens do pé direito surge com mais aprumo, mas também as trocas de relação ficam mais bruscas. Para o utilizador alvo do 607, aquilo que se ganha em tempo talvez não compense na perda de tranquilidade. Até porque se não fizermos o tradicional «kick down», o motor recupera sempre muito bem desde os mais baixos regimes, muitas vezes sem efectuar uma troca de relação. No meio desta «rapidez suave», os consumos mostram-se comedidos, já que estamos perante um 2.7 V6 com tão boas prestações. De resto, o conforto é nota dominante a bordo do 607, que possui suspensão pneumática com controlo electrónico do amortecimento. Com dois modos de funcionamento, o «auto» oferece o rolamento mais suave, enquanto a vertente «sport» deixa o 607 mais firme para encararmos os traçados sinuosos com maior afinco e sem que toda a massa balanceie demasiado nas mudanças de direcção. A insonorização é sempre muito bem conseguida e é impossível deixar de gozar toda a tranquilidade que o 607 proporciona. O único problema reside no preço, que ascende aos 59 990 euros. Mesmo sabendo que o equipamento é extremamente completo, onde se inclui sistema de navegação – ainda por CD em vez do mais completo DVD -, telefone, bagageira com abertura e fecho eléctrico, faróis de xénon, sensor de luz e de chuva, o patamar aproxima-se muito de concorrentes com uma imagem de marca mais vincada neste segmento. Mas, entre as marcas generalistas, o Peugeot 607 continua a provar que é um dos melhores.
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