quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Opel Corsa 1.2 Cosmo 2006

A quarta geração do mítico Opel Corsa está repleta de virtudes e é justo dizer que está melhor em praticamente tudo. Ainda assim nem tudo é perfeito e com a ampliação generalizada, face à anterior geração, vieram também uns quilitos extra que, quando confrontados com a alma deste motor a gasolina 1.2 com 80cv, revelam-se nocivos às pretensões do Corsa em poder perseguir os rivais urbanos mais directos. O bloco mantém-se inalterado e reafirma até um apetite que, por vezes, até nem é exagerado mas, agora que está exposto a mais 125 quilogramas, transformou a força anímica que lhe era reconhecida, numa passividade capaz de desiludir mesmo os menos exigentes e até vagarosos. Para dar uma breve ideia, se antes este motor obrigava o Corsa a gastar 12,9 segundos na famosa prova dos 0 aos 100 km/h, agora este pulmão luta de forma quase inglória, inscrevendo na ficha de medições 15,4 segundos.

A falta de ânimo revelada é muito evidente e quando a lotação é de quatro, ou a subida é mais acentuada, a situação agrava-se de forma quase insolúvel. Perante este cenário o novo Corsa «grita» pelo recurso «caixa de velocidades», e ainda assim, na maioria das vezes, tal acção não resolve o problema, dada a escassez de força disponível. Se por um lado todos os comandos estão mais precisos, e a direcção mais leve, com este motor 1.2 a forma como o Corsa se passeia pela cidade nem sequer se tornou mais harmoniosa. Por outro lado existe agora um patamar de conforto distinto do seu predecessor. A suspensão é menos «seca», quando passa pelos remendos do asfalto, e os bancos deixaram de ter uma firmeza no limite do exagero, sendo até bastante envolventes e revestidos a tecido e pele, neste nível de topo, o Cosmo. A acção dinâmica mantém-se apurada e o controlo dos movimentos da carroçaria garante rigor em curva. A direcção dispõe de uma assistência eléctrica que se em cidade produz um «volante» mais ligeiro, em estrada reflecte alguma imprecisão mas, à parte deste embaraço, a compostura que o Corsa consegue em traçados sinuosos coloca-o no topo do segmento, neste item inerente à precisão do chassis. Apesar de referencial neste capítulo, com este bloco 1.2, e mesmo enaltecendo o rigor em curva, perde o epíteto de divertido de conduzir, como é fácil de entender. A habitabilidade está ao nível dos melhores e, especialmente à frente, o espaço permite que ninguém fique desiludido. Apesar de não existirem revestimentos suaves ao toque, as melhorias gerais são indesmentíveis e o nível de construção, e a solidez revelada, situa-se a um alto nível. Outro factor de persuasão é o recheio desta versão Cosmo que inclui pequenos luxos como, por exemplo, o ar condicionado automático (ainda que o seu controlo seja pouco prático) e o programador de velocidade.

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