sábado, 11 de agosto de 2007

Jeep Grand Cherokee 3.0 CRD

Ao arrancar para a terceira geração do Grand Cherokee, a Jeep tinha em mãos muita responsabilidade. A nova estirpe pedia uma evolução estética, mas manter algumas parecenças com o anterior era essencial. As capacidades fora-de-estrada pediam também um melhoramento para que a Jeep continuasse a ser reconhecida no mundo do todo-o-terreno, mas a dinâmica no alcatrão requisitou mais atenção para ficar apurada. Conseguiram os engenheiros manter o Cherokee grande?... A resposta é simples. Os designers da marca pegaram em traços do modelo anterior e transportaram as linhas para esta nova geração de um modo mais futurista. No final, a opinião sobre o aspecto estético desta nova geração não é consensual. A sedução que o anterior Jeep fazia transparecer desvaneceu-se um pouco, mas este novo Grand Cherokee, que parece bastante maior, viu a largura crescer apenas 1,2 cm e o comprimento 13,9 cm.

Já no interior nota-se que o habitáculo está maior. Não é necessário recorrer às nossas medições para ver que há mais espaço. O bom ambiente a bordo que existia no anterior, com a luminosidade da instrumentação em tons de azul claro, mantém-se. Infelizmente, os materiais suaves ao toque utilizados na anterior geração desapareceram e nesta nova linhagem apenas contamos com plásticos rijos. No entanto a solidez está representada ao melhor nível, quer na plataforma (60 por cento mais rígida que a anterior), quer na solidez com que os elementos do interior são montados. Mas, decididamente, não se percebe a ausência de materiais mais nobres no revestimento de todo o tablier, por exemplo. O equipamento desta versão Pack Limited é que é bastante completo. Os pedais são ajustáveis electricamente, o ar condicionado é automático e com regulação independente para condutor e passageiro, os bancos são em pele e eléctricos, existem sensores de estacionamento e esta unidade até sistema de navegação por DVD possui. No entanto, com tanta tecnologia à mão, nota-se a ausência de um travão de mão eléctrico e de um sensor de chuva ou de luz, qualquer deles já existentes na concorrência.

Cumpridos os primeiros quilómetros nota-se de imediato um melhor conforto face à geração anterior. Até na insonorização, mais cuidada. O eixo rígido traseiro não foi abandonado, mas possui agora mais pontos de ancoragem o que contribui largamente para a elevação do conforto. Mas onde se sente um verdadeiro avanço é no comportamento em estrada. Movimentos controlados por parte da carroçaria, uma nova direcção mais precisa e até o novo sistema de transmissão (que agora reparte a potência em 48 por cento para as rodas da frente e 52 por cento para as rodas traseiras), todos ajudam para que o novo Grand Cherokee apresente um melhor desempenho dinâmico no alcatrão. Para os pisos de terra, os sistemas de tracção Quadra-Trac II e Quadra-Drive II também evoluíram, detectando agora muita mais rapidamente o escorregamento de uma roda para transmitir a potência para a outra. Se no anterior as capacidades já eram boas, neste, o resultado é fantástico, com o novo Grand Cherekee a transpor facilmente muitos obstáculos e a facultar a hipótese de nos aventurarmos por caminhos escorregadios e de dificuldade mais elevada sem grandes problemas. O novo motor 3.0 CRD de origem Mercedes é igualmente importante para esta nova geração do todo-o-terreno da Jeep, já que os seus 218 cavalos permitem boas prestações, melhores que alguns concorrentes, mas os consumos são um pouco mais elevados. Com tanta evolução, o novo Grand Cherokee parece guardar apenas o nome face ao seu irmão mais velho. Fica a faltar mais aprumo nos materiais usados no habitáculo, mas é inegável que esta nova geração está qualitativamente superior.

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